Plantar, cultivar e colher é a vida da maioria da população, os que restam, necessitam de comprar para poder garantir sua sobrevivência. Desde o começo das civilizações que o homem se organiza em grupos para melhorar sua vida e garantir seu sustento. Tudo que precisamos, é necessário que seja produzido, e a arte de produzir, de como produzir é que faz a grandeza do produto.
Por muito tempo os engenhos fizeram parte da história brasileira, hoje são os estrangeiros que se encantam pela arte de fazer rapadura. Em Tianguá a cana-de-açúcar foi introduzida pelos primeiros colonizadores, seu cultivo ocupava as melhores terras do município e abastecia os incontáveis engenhos de rapadura espalhados pelas pequenas propriedades.
Apesar da produção ter caído um pouco há pessoas que ainda apostam no cultivo da cana e na produção de rapadura. É o caso o Sr. Francisco das Chagas proprietário do engenho situado no Sítio Frecheiras que sempre viveu da produção de rapadura e conta que foi assim com toda a família ressaltando, orgulhoso, que há oitenta anos essa atividade é passada de geração a geração e que, apesar de alguns familiares terem largado a produção ele continuou. O que era apenas uma forma de ganhar a vida se tornou prazeroso e com isso ele adquiriu lucro e reconhecimento entre os demais produtores por levar mais longe a arte da rapadura e exportar para estados como Piauí, Maranhão, Rio Grande do Norte, Rondônia, chegando em estados de outras regiões como Brasília e São Paulo.
O ambiente de um engenho é muito rústico, e nos remete ao passado, pois a forma de fazer ainda é a mesma de antigamente. Fogão à lenha onde é feito o melado, o moedor da cana, fôrmas de madeira que dão as formas à rapadura, tudo feito ainda de modo braçal sem tecnologia alguma, mas que fascina a quem assiste comendo a rapadura quentinha, e se embriagando com aquele cheirinho de cana.
Apesar das crises e de vários donos de engenhos terem desistido do cultivo da cana, ainda é comum encontrar em Tianguá engenhos em pleno vapor, fato que alegra muito quem não esquece de comer a famosa rapadura, a tradicional, com amendoim, coco, jaca, etc. Sem falar no caldo de cana e da puxa, todos rico em ferro e muito bons para a saúde humana.
Os produtos de engenhos também são expostosnos engenhos, nos comércios e especialmente na rodoviária de Tianguá, onde são novidades para muitos turistas ou viajantes que estão de passagem, mas que se encantam com esses produtos artesanais genuinamente nordestinos.
